C.A. Fisio UFPE

Como é bela a função do professor. Um individuo que partilha os saberes e tem nesta ação o potencial transformador em cada um de seus alunos. No nosso departamento não é diferente. Temos os mais capacitados professores, doutores com notório saber e diversas publicações. Mas será que os saberes estão sendo compartilhados ? Será que nossos ilustres doutores estão compartilhando conosco tudo que eles podem para fazer de nos profissionais mais completos possível ?

Durante toda nossa formação somos freqüentadores assíduos das fotocopiadoras do entorno do campus. Quantos professores nos auxiliam neste processo? Quero dizer: Quantos professores nos ajudam e disponibilizam seus materiais para tirarmos cópia e aprendermos? Há sempre o velho argumento da pirataria, o argumento de que cópia de livro é crime. Podemos assim concluir que toda nossa formação é baseada em crimes... Não podemos mais pensar desta forma. Não pode haver crime quando copiamos um material já publicado, principalmente quando este material faz parte do acervo de uma biblioteca pública.

O direito autoral foi criado para proteger o direito de quem cria. Para garantir que o autor vai ter créditos sobre a sua criação. Quando tiramos cópia de um material, tiramos a autoria do mesmo? Não. Quem ganha com isso, o autor? Não. A maior parte do dinheiro envolvido com a compra de livros vai para editora e não para o autor. Então temos um conflito: De um lado temos as grandes editoras nos forçando a comprar um livro, que muitas vezes só vamos usar um ou dois capitulos, e de outro, temos nós, estudantes, precisando do conhecimento já publicado. De que lado o professor prefere ficar? Do nosso lado, ou do lado das grandes editoras?

Estamos vivendo um momento histórico na difusão do saber. No tempo em que o direito autoral foi criado não se sonhava com a facilidade advinda da digitalização e da internet. A transmissão do conhecimento atualmente pode ser dada por apresentações de computador, vídeos, fotos, sons... enfim, um variedade enorme de mídias que a alguns anos atrás nem sonhávamos. Sobre este tipo de material não há grandes editoras, não há crime. Então como podemos admitir que um professor que esta sendo pago com dinheiro publico para transmitir da melhor forma possível o saber para nós, não disponibiliza suas próprias apresentações para seus alunos? Será que é o medo que o mestre tem que o aprendiz o supere? Será que é insegurança? Será que é medo de ser processado? Alguns afirmam que estariam acostumando mal os alunos pois limitariam o conteúdo ao encontrado na apresentação, ora, por esta linha de pensamento, ao fazer a explanação oral do conteúdo o professor esta também nos acostumando mal, pois o conteúdo está todo nos livros... Independente de quais argumentos estes professores dão para este tipo de mesquinharia, nós não podemos achar que este comportamento é normal. Não podemos achar que o professor que não manda as suas aulas para seus alunos é um verdadeiro mestre, é um verdadeiro professor. Afinal, o papel dele é, acima de qualquer coisa, nos transmitir o saber.

Infelizmente, cabe a nós o papel de convencer o professor que ele deve nos ensinar e dar subsídios para construirmos o nosso conhecimento, esta é uma função que deveria estar empírica no ato de ensinar.